quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Escrever é pensar e criar


Em grande parte, aprender a escrever é aprender a pensar, aprender a encontrar idéias e concatená-las, pois “assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou aprovisionou”, diz Othon Garcia. Escreve realmente mal aquele que não tem o que dizer porque não aprendeu a pôr em ordem seu pensamento, e como não tem o que dizer, nada lhe servem as regras gramaticais, nem mesmo o melhor vocabulário de que possa dispor.

Por mais que se conheça a Língua Portuguesa, sem a criação das idéias, a ortografia, a gramática e a sintaxe são apenas estruturas de palavras, que podem dizer nada. Mas onde e como encontrar as idéias? Como inventá-las, criá-las ou produzi-las?

A fonte principal de nossas idéias é a nossa experiência. Tudo aquilo que conhecemos e guardamos forma nossa base de entendimento e serve para nutrir nossa criatividade. Se você acha que a sua experiência não é suficiente, valha-se da experiência alheia através de conversa, de leitura e de convívio.

James Webb Young, um dos primeiros redatores de propaganda do mundo, em seu livro A Technique for Producing Ideas, definiu as etapas do processo criativo:

- Desejo: a pessoa deve, por qualquer razão, querer criar algo original. Isso é atitude de trabalho;

- Preparação: ou acumulação de dados, ou experiência, tornar o familiar estranho;

- Manipulação: juntar conceitos aparentemente não relacionados, ou tornar o estranho familiar;

- Incubação: depois da acumulação consciente de dados, a incubação é uma reação da mente. Einstein tocava violino como recurso para desviar a atenção do problema principal e provocar a incubação;

- Antecipação: é o sentimento de premonição, algo que nos diz que o problema está prestes a ser resolvido;

- Iluminação: a solução esperada;

- Verificação: a confirmação da viabilidade da solução.

Existem outras definições práticas dos estágios do processo criativo, mas todas são unânimes em afirmar que criatividade depende de disciplina, método e experiência, e que não se trata de um dom especial. Como o Einstein dizia, “A imaginação é mais importante que o conhecimento”, ou como Thomas Edison, “Gênio é composto de 1% de inspiração e 99% de transpiração”.

Você pode desenvolver sua criatividade se buscar continuamente a informação sobre tudo o que o cerca, se tiver sensibilidade para todas as coisas que acontecem a sua volta e curiosidade para descobrir o que está por trás dos fatos, dos objetos, das pessoas.

A Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, é conhecida por seus cursos de criatividade e sugere os seguintes itens para treinarmos nossa criatividade:

01. escreva pelo menos uma idéia por dia;

02. armazene as idéias;

03. observe e absorva: aproveite o que você observa;

04. desenvolva uma forte curiosidade sobre coisas, lugares ou pessoas;

05. compreenda primeiro, depois julgue;

06. mantenha o sinal verde da sua mente sempre aberto;

07. tenha uma atitude otimista e positiva;

08. pense todos os dias, escolha uma hora e um lugar para essa atividade;

09. associe idéias, combine-as, adapte-as, modifique-as, inverta-as;

10. coloque suas idéias em ação – uma idéia razoável colocada em ação é melhor que uma grande idéia arquivada.

“As mentes são como pára-quedas: só funcionam se estiverem abertas”, Ruth Noller, pesquisadora da Universidade de Buffalo.

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